Introdução
A tecnologia de conexão mais usada em TVs, monitores e projetores de vídeo atualmente é o HDMI, mas ainda é possível encontrar equipamentos baseados nos antigos padrões VGA, DVI, S-Video e Component Video (Vídeo Componente).
Este texto foi preparado para explicar rapidamente as principais características desses padrões e, consequentemente, deixar claro quais são as diferenças entre eles.
Se preferir, vá direto ao tópico do seu interesse:
Conector VGA (Video Graphics Array)
Os conectores VGA (Video Graphics Array) foram desenvolvidos na década de 1980 pela IBM e são bastante conhecidos, pois estiveram presentes na maioria absoluta dos "grandalhões" monitores de tubo (CRT — Cathode Ray Tube), bem como foram implementados nos primeiros monitores LCD.
O conector VGA, cujo nome é D-Sub ou Conector DB, é composto por três "fileiras" de cinco pinos. Esses pinos são conectados a um cabo cujos fios transmitem, de maneira independente, informações sobre as cores vermelha (red), verde (green) e azul (blue). A combinação dessas cores, também conhecida como esquema RGB, resulta nas imagens exibidas na tela.
Também cabe ao cabo VGA transmitir informações sobre frequências. A frequência horizontal consiste no número de linhas da tela que o monitor consegue "preencher" por segundo. Assim, quando um monitor consegue varrer 60 mil linhas, dizemos que a sua frequência horizontal é de 60 KHz.
Cabo VGA (Imagem: Walmart)
Existe também a frequência vertical ou taxa de atualização, que consiste no tempo em que o monitor leva para ir do canto superior esquerdo da tela para o canto inferior direito.
Assim, se a frequência horizontal indica a quantidade de vezes que o monitor consegue varrer linhas por segundo, a frequência vertical indica a quantidade de vezes que a tela como um todo é percorrida por segundo. Se ela é percorrida, por exemplo, 56 vezes por segundo, dizemos que a frequência vertical do monitor é de 56 Hz.
Por definição, conexões VGA suportam até 70 Hz de taxa de atualização e resoluções de tela de até 800x600 pixels (graças ao SVGA, abordado a seguir), embora a resolução de 640x480 pixels tenha sido a mais comum na época em que esse padrão era comum.
Vale dizer ainda que muitos monitores vinham com cabos VGA com pinos faltantes. Não era um defeito: embora os conectores VGA tenham um encaixe com 15 pinos, nem sempre todos eram usados.
SVGA (Super Video Graphics Array)
Você também pode encontrar referências ao SVGA (Super VGA). Trata-se, essencialmente, de uma versão melhorada do VGA apresentada pela VESA (Video Electronics Standards Association) para trazer suporte a resoluções maiores. Os conectores, porém, não mudaram.
Por conta da sua proposta de aumentar a resolução suportada pelo padrão, é comum que a sigla SVGA ou o nome Super VGA sejam usados para designar a resolução de 800x600 pixels.
Conector DVI (Digital Video Interface)
Revelados no fim da década de 1990, os conectores DVI (Digital Video Interface) foram, pelo menos até certo ponto, considerados substitutos do padrão VGA. Isso porque, tal como o seu nome indica, as informações das imagens podem ser tratadas de maneira totalmente digital aqui, o que não ocorre com o padrão VGA.
Quando, por exemplo, um monitor LCD trabalha com conectores VGA, ele precisa converter o sinal que recebe para digital. Esse processo tem o efeito colateral de reduzir a qualidade da imagem.
Como o DVI trabalha diretamente com sinais digitais, não é necessário fazer a conversão, portanto, a qualidade da imagem é mantida. Por essa razão, a saída DVI foi bastante empregada em monitores de vídeo, projetores, TVs, entre outros equipamentos de vídeo.
Conectores VGA e DVI
Convém destacar que a indústria adotou mais de um tipo de conector DVI:
DVI-A: é um tipo que utiliza sinal analógico, porém oferece qualidade de imagem superior ao padrão VGA. O 'A' em DVI-A é de Analog (analógico);
DVI-D: é um tipo similar ao DVI-A, mas utiliza sinal digital, razão pela qual o DVI-D também é conhecido como DVI Digital. É também mais comum que o seu similar por ter sido muito implementado em placas de vídeo;
DVI-I: esse padrão consegue trabalhar tanto com DVI-A quanto com DVI-D. Por conta dessa conveniência, o DVI-I foi amplamente adotado pela indústria. O 'I' na sigla vem de Integrated (integrado).
Cabo DVI
Há ainda conectores DVI que trabalham com as especificações Single Link e Dual Link. O primeiro suporta resoluções de até 1920x1080 pixels e, o segundo, resoluções de até 2060x1600 pixels, ambos com frequência de até 60 Hz.
O cabo dos dispositivos que utilizam o padrão DVI é composto, basicamente, por quatro pares de fios trançados, sendo um par para cada cor primária (vermelho, verde e azul) e um para o sincronismo.
Já os conectores variam conforme o tipo do DVI, mas são parecidos entre si, como mostra a imagem a seguir:
Tipos de conectores DVI
Apesar de trazer grandes avanços em relação ao VGA, como resoluções maiores e suporte a telas mais largas, o DVI foi progressivamente sendo substituído pelo HDMI, sendo inclusive compatível com este: você pode ter um cabo com conector DVI em uma ponta e HDMI na outra.
Conector S-Video (Separated Video)
Para entender o S-Video (Separated Video), é melhor conhecer, antes, outro padrão: o Compost Video, mais conhecido como Vídeo Composto. Esse tipo utiliza conectores do tipo RCA (Radio Corporation of America) e era comumente encontrado em TVs, aparelhos de DVD, filmadoras, entre outros.
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fazem uso de três cabos, sendo dois para áudio (canal esquerdo e canal direito) e o terceiro para o vídeo. Este último cabo é formado por dois fios: um responde pela transmissão da imagem em si enquanto o outro atua como "terra".
O S-Video, por sua vez, tem um único cabo formado por três segmentos: um transmite sinal com parâmetros de brilho e "estrutura" em preto e branco; outro envia informações de cores; o terceiro atua como terra. É essa divisão de funções que fez o S-Video receber a denominação Separated Video.
Placa de vídeo com S-Video e DVI (Imagem original: AMD)
O conector do padrão S-Video é conhecido como Mini-Din e costuma ser formado por quatro pinos. Também é possível encontrar conexões S-Video de sete pinos, o que indica que o dispositivo também pode contar com Vídeo Componente (visto adiante).
Muitas placas de vídeo ofereciam conexão VGA ou DVI com S-Video. Dependendo do caso, era possível encontrar os três tipos de conexão na mesma placa.
Vale dizer que o S-Video surgiu na década de 1980, é totalmente analógico e suporta as resoluções 480i (em NTSC) e 576i (em PAL).
Component Video (Vídeo Componente)
O padrão Component Video ou, em bom português, Vídeo Componente, foi muito utilizado em computadores para trabalhos profissionais (como edição de vídeo), mas o seu uso foi mais comum em aparelhos de DVD, Blu-ray, TVs de alta definição e sistemas de home theater.
A conexão do Component Video é feita por meio de um cabo "triplo", sendo que, geralmente, um de seus fios é identificado com a cor verde, outro é indicado pela cor azul e o terceiro recebe cor vermelha, em um esquema conhecido como Y-Pb-Pr (ou Y-Cb-Cr).
Cabo Component Video (Imagem: Amazon)
O primeiro (de cor verde), é responsável pela transmissão de parâmetros de brilho e estrutura em preto e branco da imagem. Os demais conectores trabalham com os dados das cores e com o sincronismo. Eles devem ser encaixados nos conectores com cores correspondentes (verde com verde, azul com azul, vermelho com vermelho).
Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador usando o Component Video, era necessário utilizar um cabo especial: uma de suas extremidades continha os conectores Y-Pb-Pr, enquanto a outra possuía um encaixe único para ser inserido na placa de vídeo.
O Vídeo Componente é um padrão analógico e, via de regra, tem qualidade superior ao S-Video, podendo trabalhar com resoluções como 1080i e 1080p, embora as resoluções 480p, 576i, 576p e 720p fossem muito mais frequentes em equipamentos compatíveis com esse padrão.
Conectores Vídeo Componente em uma TV
Finalizando
Embora todos esses padrões ainda possam ser encontrados em alguns equipamentos — especialmente o Video Component — todos caíram (ou estão caindo) em desuso por não corresponderem às tecnologias de vídeo atuais, que suportam resoluções e gamas de cores altíssimas.
Por esse motivo, o foco da indústria de eletrônicos está, hoje, nas conexões HDMI e DisplayPort.
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